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Onde andei? Quase gratuitamente por Bruxelas // Where was I? Almost for free in Brussels




A passear, a fazer voluntariado, a lambuzar-me com chocolate belga, a sucumbir à gula de waffles vegan, a visitar amigos. 
Bruxelas é uma cidade encantadora, com demasiados turistas como qualquer capital europeia, com recantos de  Les aventures de Tintin, com aromas a chocolate no ar, com edifícios talhados, imponentes praças, bairros multiculturais - com muitos portugueses - mercados de perder vista e uma vivacidade tranquila.

Sight seeing, volunteering, fulling up on scrumptious belgian chocolate, succumb to vegan belgian waffle and seeing long time friends.
Charming Brussels doesn't go unnoticed, like many other European capitals filled with tourists. Filled with Les aventures de Tintin murals, chocolate smell, tailored buildings, massive square, multicultural neighborhoods -  loads of portuguese people - endless markets and a peaceful yet fast paced energy. 






É também um ponto de passagem ou presença para muitos refugiados, que chegam deportados de outros países europeus como Alemanha, Suiça, França e tentam a sua sorte em pedir asilo no país ou chegar ao Reino Unido. Uma vida de garra, coragem, lágrimas e saudade. Vivem no parque junto à Gare Centrale, em tendas, com mantas, sacos cama e o mínimo que as organizações proporcionam. Não são toxicodependentes, não são alcoólicos, não são traficantes, não são fundamentalistas religiosos. São carentes, são jovens, são maridos com crianças deixadas para trás, são pais, são mães, são paixões perdidas, são filhos, são irmãos, são amigos, são menores não acompanhados, são solitários com família perdida no mar ou na guerra, são lutadores, são resilientes, são esperançosos, são inquebráveis, são sensíveis, são amigáveis, são gratos, são minimalistas, são millenials, são fotógrafos de selfies, são fãs do Ronaldo, são fãs do Drake, são professores, são engenheiros, são ex-militares, são apaixonados pela vida e são sonhadores de pés em terra. São refugiados.

Brussels is not only a passing point for tourists but also for refugees. Many arrive deported from other EU countries like Germany, Switzerland, France, trying their luck on asylum application or reaching the UK on lorries.
Grabbing life with their teeth. A life of courage, tears and homesickness. Living in the park next to the main station - Gare Centrale - in tents, with blankets, sleeping bags and the minimum aid provided by NGO's. They're not drug addicts, alcoholics, smugglers, religious fundamentalists. They are young, husbands, parents with children left behind with their life love, brothers, sons, unaccompanied minors, loners with murdered or drowned family, resilient humans, hopeful unbreakable fighters, friendly, grateful, minimalists, millennials, selfie takers, Ronald's fans, Drake's fans, teachers, engineers, ex-militants, in love with life, and dreamers with their feet on the ground. They are refugees. 






Fiz voluntariado, conheci centenas deles e mudei a minha prespectiva da vida. Viver com o mínimo, apreciar a simples presença, apreciar um pequeno gesto, partilhar o pouco que se ganha, brincar para não chorar, viver o presente sem expectativas. Desacelarar. 
Confiar no desconhecido e no meu 6º sentido fazem muito mais parte do meu dia a dia agora. Ficar numa casa pagando com "pontos" em vez de dinheiro parece-vos mentira certo? Mas não, confiem.

I volunteered, helped and met hundreds of people that changed my life perspective. Living with the minimum and still being grateful. Appreciating someone's presence or the smallest gesture. Sharing is really caring. Joking is the medicine for all troubles and the present should be lived with no expectations. Slowing down is living. 
To trust the unknown and my guts is now my life motto. To rent a house where you pay with "points" instead of money seems a lie right? Not quite, trust your gut. 




Usei a plataforma Home Exchange - antes Guest to Guest - para procurar alojamento em Bruxelas. Uma invenção que permite a qualquer pessoa viajar sem pagar alojamento. Na altura a inscrição era gratuita, agora já existe uma taxa de forma a tornar a plataforma mais fiável. De qualquer forma, paga-se um valor anual para estadias em que não se paga absolutamente nada. Troca-se de casa com um desconhecido ou "paga-se" com GuestPoints, que o anfitrião poderá utilizar numa estadia futura. Soa bom demais para ser verdade certo? É bom demais e é bem real. Fiquei num loft numa antiga casa remodelada de uma família de 3. Um casal adorável com uma criança. Aperaltaram uma velha divisão da moradia de três andares e permitem a viajantes disfrutar de uma vista incrível da cidade num bairro português - Saint Gilles.
Ás vezes há que deixar as dúvidas e insegurança de lado e lançarmo-nos ao desconhecido. Acabará por se tornar familiar.  

Have you heard of Guest to Guest or Home Exchange? Look it up. It's the best new thing to stay for free somewhere fancy and expensive, aka Brussels. The platform allows everyone to travel without paying anything for a house or a room. It used to be 100% free but times change and now you need to pay an annual fee. Still worth it for what you get. You can change house with someone in Peru or pay someone else a small amount of points to stay in their house. When the host travels next, they'll be able to do the same. It's a cycle of points and houses. It's genius!
I found the loveliest loft in a 3-level house from a family that really knows how to welcome their guests. The most calming view of the city, some Belgian beers on the fridge and the freedom to come in and out whenever I wanted. I stayed in Saint Gilles in Brussels for nothing and it seemed like a dream. Sometimes we just have to put insecurities to the city and jump into the unknown. At some point will become familiar.










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